Ouço, desse silêncio, a canção, Sou contravoz, sei cada nota e tom, Mas atropelo o momento do refrão Pois meu compasso já não é tão bom. Enquanto essa voz silente serena, Procuro o porquê, o como, o quanto E de quando, talvez, voz de sirena, Do silêncio de um renitente canto. Enquanto a voz silente serena, Não sou sereno ao dizer, por mim: Deve durar essa canção amena Até a paz mandar que chegue ao fim. Que se entenda que por fim eu espero Poder dizer, sim, uma outra música Que também quieta seja um sincero Silêncio — em outro tom, outra busca.